fevereiro 28, 2013
O escritor que nos falta
“O grande escritor é aquele que amplia a perspectiva
da sensibilidade humana, que mostra uma abertura, um padrão a seguir, para
homens desnorteados, que não sabem o que fazer.” – Joseph Brodsky
Marcadores:
Joseph Brodsky
fevereiro 26, 2013
O mal da retórica na literatura brasileira
Álvaro Lins estava coberto de razão quando dizia: “Continuo,
com os elementos do meu ofício, a fazer o exercício de colecionar frases
desproporcionadas. Desproporcionadas entre as ideias, que são magras, e as
palavras, que são muito gordas. Um artifício semelhante ao que realizam os
alfaiates modernos: roupas de atletas para corpos de tísicos. Mas este
artifício, de que resulta um sucesso na arte dos alfaiates, não apresenta o
mesmo êxito na arte literária. O que resulta dele é um aleijão. O aleijão mais
constante da literatura brasileira”.
fevereiro 15, 2013
Escritores: entre a luta e a leviandade
“O momento de
escrever sempre traz para o verdadeiro escritor uma sensação penosa e
angustiante. Uma espécie de sentimento de medo ou de angústia. Certamente que
não é indolência aquilo que o faz adiar o seu trabalho até o último instante
possível. Ao contrário: o verdadeiro escritor ama e deseja o trabalho
literário; e nessa situação mesma é que se encontrará a causa das suas
hesitações. Imagina a literatura com a maior seriedade, e se imagina, por isso,
indigno dela. Experimenta ao escrever um duplo sofrimento: antes, a incerteza,
o receio, o medo de que nada consiga escrever; depois, o desgosto do que
escreveu: a certeza de que o seu trabalho vale muito pouco, ou quase nada,
porque tudo o que realiza se coloca infinitamente abaixo do que imagina e
deseja. Luta dramática esta que se desenvolve, no espírito do escritor, entre a
sua idealização e a sua realização. As ideias, os pensamentos, os planos não
são difíceis em si mesmos; a dificuldade toda se encontra na expressão em
palavras. Não sei nada de mais comovente do que essa luta de um escritor com as
palavras que precisam ser conquistadas e dominadas. Fico assombrado diante da leviandade e da inconsciência com que falsos
escritores jogam com as palavras, como se elas fossem uns brinquedos
inofensivos e fosse a literatura um divertimento sem consequências.”
– Álvaro Lins, em Sobre crítica e críticos.
– Álvaro Lins, em Sobre crítica e críticos.
Marcadores:
Álvaro Lins,
criação literária,
Crítica literária
fevereiro 13, 2013
A façanha menor
“Não se espera
dos críticos, como se espera dos poetas, que nos ajudem a encontrar um sentido para
nossa vida. Cabe-lhes apenas tentar a façanha menor de descobrir um sentido às formas
em que pretendemos encontrar um sentido para nossa vida.”
– Frank Kermode, em The Sense of an Ending
– Frank Kermode, em The Sense of an Ending
Marcadores:
Crítica literária,
Frank Kermode
fevereiro 06, 2013
Perfumaria bilaquiana
No Rascunho
deste mês, analiso as crônicas de Olavo Bilac, nas quais estilo pomposo e imagística
pobre somam-se para criar textinhos maçantes, repletos de chavões. O ensaio
completo pode ser lido aqui.
Marcadores:
Crítica literária,
literatura brasileira,
Olavo Bilac
fevereiro 05, 2013
Ler sempre, mas com método
“Exercício de
vontade. – Ler com método, tomando notas e pondo em ordem, por escrito, as
impressões. Escrever, escrever sempre, todos os dias, escrever mesmo
banalidades, não para publicar, mas como quem pratica um ofício, com a
finalidade de pesquisar os processos da forma. Muitos dos nossos estudos e
leituras são mal aproveitados por falta de método. Voltar a ler certos autores
fundamentais como Bergson e Proust, com o lápis na mão e o caderno nas pernas.
Dominar a preguiça, sufocar o gosto das evasões para livros mais agradáveis
porque mais fáceis; não deixar-se vencer pelo simples prazer da leitura como um
diletante.”
São os sábios conselhos de Álvaro Lins, em Álvaro Lins – sobre crítica e críticos (org. de Eduardo Cesar Maia), que analiso em minha resenha na Folha de S. Paulo do último sábado.
São os sábios conselhos de Álvaro Lins, em Álvaro Lins – sobre crítica e críticos (org. de Eduardo Cesar Maia), que analiso em minha resenha na Folha de S. Paulo do último sábado.
Marcadores:
Álvaro Lins,
Crítica literária,
Folha de S. Paulo
Assinar:
Postagens (Atom)